Pequenas doses da sociedade sorvidas por mulheres em uma mesa de bar. Sem moderação.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Desonrada

Foto: Divulgação
Mukhtar Mai viveu uma das mais chocantes histórias de violência contra a mulher. Ela foi condenada pela Jirga, a corte tribal, de Meerwala, em junho de 2002, a ser estuprada coletivamente. Seu crime? Nenhum! Seu irmão mais novo, então com 12 anos, estaria se encontrando com uma jovem de uma tribo de casta “superior”. Ofendidas, os membros da tal casta exigiram, como vingança pelo “ataque à honra”, que Mai fosse estuprada.

Ela foi condenada pelo Conselho Tribal e estuprada sucessivamente por quatro homens, enquanto gritava por misericórdia aos 200 homens que testemunhavam a violência. Depois foi obrigada a desfilar nua até a sua casa.

Foto: Divulgação
Recusando-se a ficar em silêncio, ela enfrentou o código tribal. Foi à Justiça comum do país pedindo punição de todos. Em 2004, eles foram condenados e ela recebeu uma indenização. Com o dinheiro, abriu uma escola. Mai nunca teve permissão para estudar. Afirmou na BBC News que “A escola é o primeiro passo para mudar o mundo. Em geral, o primeiro passo é o que dá mais trabalho, mas é o começo do progresso”.

O nome e a história de Mai correm o mundo. Ela virou símbolo da luta pelas mulheres, contra a barbárie e pelos direitos humanos. É admirada, respeitada e apoiada. Não fosse sua determinação de não se calar, seria mais um caso de abuso contra a mulher, num lugar tolerado pelo mundo com a desculpa de que essa é a cultura local ou a lei religiosa.

Mukhtar lançou o livro “Desonrada”, em que conta, no texto escrito por uma jornalista, seu caso dramático, repulsivo e, infelizmente, comum.

Assista ao vídeo Submissão, as mulheres no Islã, que relata o drama das mulheres mulçumanas.

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