Pequenas doses da sociedade sorvidas por mulheres em uma mesa de bar. Sem moderação.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dicas - Sommelier Geraldo LIma

Geraldo Lima, cara gente boa, deu várias dicas, entre elas a minha predileta: observar o teor alcoólico. 11% é um bom vinho, 12% um ótimo vinho, 13% um vinho excelente. Facinho pra qualquer um.
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No áudio mais algumas dicas:

TPM - Tradição, Machismo e Preconceito

Documentário que discute as três questões do título, tão presentes na sociedade brasileira: tradição, preconceito e machismo.

Assista ao vídeo:

Parte 1


Parte 2

Um Sapo no Papo, Outro a Sete Palmos

Foto: Divulgação
A ligação era normal para a vida média de uma pessoa comum como eu. A casa tava uma bagunça, as roupas sujas entulhadas e a responsável pelos serviços gerais (mais conhecida por “empregada”) de cama com uma virose. Não tinha pra onde correr e também não dava pra ficar parada: Era preciso chamar alguém pra ajudar na limpeza da casa.

Pra vida média de pessoas comuns, ela era normal. Sem água encanada, comida diária e estudo. Lavava roupas, já com sessenta anos não o fazia bem. A mulher que pela estatura me fazia medo na infância, passando a ser razão dos meus conflitos nos em anos “anormais” de contestação.

Mazé tinha uma aspiração: retirar um sapo que dizia ter engolido há 18 anos quando dormia e acreditava estar vivo dentro dela. Pode ter sido comida estragada, ou o início de um ataque cardíaco; acontece que ela chegou do trabalho vomitando, suando frio e 48 horas depois mais uma Maria se foi. Essa foi Mazé, que engoliu muito sapo na vida e na morte.

Basta de Machismo Publicitário

Vamos apoiar essa campanha, divulguem o vídeo!
Abaixo a coisificação da mulher!

Ménage à duas

Por que tantos homens acham que uma relação entre mulheres gays é um convite para um ménage à trois? Certa vez sai com meu namorado e um casal de amigas. A presença delas chamaou atenção de um cara.

A paquera só cessou quando elas disseram: “O que você tem não faz falta nenhuma e mesmo que fizesse, o seu parece ser pequeno demais para nos tentar”. Claro, ele se retirou distribuindo impropérios, mas deixou a questão no ar.

O universo gay é socialmente visto como perversão. Como o gênero feminino é visto com forte conotação sexual, a relação de mulheres gays é tida como divertimento masculino. Encontrei um vídeo fofinho contra o preconceito. Desaprovo a expressão agressiva usada, mas a abordagem singela é um começo pra melhorar o debate.

Assista o vídeo:


Deus e o Diabo na terra do sol (literalmente)

Foto: Divulgação
Sabe o “dia dos infernos”? Foi neste dia que, num ato de pouca fé, agarrei de vez o capeta: fui para o Iguatemi. Cá pra mim, odeio aquele templo de lucro em detrimento do social. Mas a vida surpreende. Perdida no Extra escutei uma voz : “gostaria de degustar este vinho?”. Depois de caipirinha com adoçante, vinho é o meu drink predileto. E depois de uma manhã exaustiva, era providencial.


Foto: Divulgação
Sabe aqueles especialistas em vinho? O dono da voz é um deles. Geraldo Lima, gente boa, deu várias dicas, entre elas a minha predileta: observar o teor alcoólico. 11% é um bom vinho, 12% um ótimo vinho, 13% um vinho excelente. Facinho pra qualquer um.

Muito papo e algumas taças depois, marcamos uma oficina de vinho free, pra quinze pessoas. Podia ser melhor? Sim. Achei uma barraca de acampamento pra quatro pessoas num preço super bacana. Nada como praticar o perdão e caminhar por aqueles lugares que tanto evitamos.

PRA QUEM NÃO VIU

Entrevista com a Professora Jaqueline Carvalho no programa Geraldo Brasil (SOBRE)

BLOG CENSURADO: o programa da Record é popularesco e as discussões são superficiais. No vídeo, somente as considerações finais da professora (interessante) e a cortada que ela deu no Leão (que acha que ser “muito mulher” significa subir no palco e mostrar a calcinha).

NA MESA DO BAR

Foto: Divulgação
Você não viu a “toda enfiada”?
_ Não...
_ Tem que entrar mais no You Tube!
Não mesmo, mas a história me chocou tanto que fui lá. Não pelo fato em si e sim pelo rumo que a discussão tomou.

Sabe o estilo musical suingueira, aquele do tipo “ê paragundê - paragundô a quebradeira do negão?” Pois é, foi numa dessas festas que a baiana Jaqueline Carvalho compareceu, bebeu bastante, ficou com vontade, subiu no palco e escandalizou com uma dança que a fez ser despedida do colégio onde lecionava para crianças.
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CONTEXTO

Foto: Divulgação
O refrão da música coreografada é a repetição ritmada da expressão que a intitula: “todo enfiado". Nessa parte Jaqueline teve seu vestido levantado e sua calcinha esticada pelo vocalista, enquanto balançava o traseiro, como uma marionete pendurada pela calcinha. A platéia então sacou os celulares, jogou os vídeos no You Tube e o caso parou na mídia.

O caso em questão é sintomático. Vendo os vídeos ou escutando a história, na mesa de bar ou na TV, a reação mais comum é criticar a jovem ou defendê-la, aplaudir a demissão ou rechaçá-la, tendo sempre sua “liberdade” como parâmetro de julgamento.

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QUESTÕES FILOSÓFICAS

Foto Divulgação

Mas entre um “achismo” e outro, algumas questões pertinentes ficam de fora. Nem precisaria citar o direito à imagem. Mesmo com os vídeos feitos sob o ébrio consentimento da moça é obvio que ela não autorizou a publicação. (vide suas entrevistas na mídia). E sobre isso, Código Civil e Constituição são claros: é proibida a violação, divulgação, transmissão, publicação, exposição, ou utilização de uma imagem que atinge a honra, a boa fama e a respeitabilidade de alguém. Cabendo indenização.

Que estabelecimento é esse que permite danças desse tipo? Se for permitido, fotografias e filmagens não deveriam ser proibidas? Menores podem entrar? Espaços coletivos precisam ser regulados. O erro da professora foi: ignorar regras sociais...

Supondo que tudo isso estivesse regular e os vídeos não tivessem sido feitos: ainda tem o valor simbólico e social de haver mulheres enfileiradas no palco (não era só a professora) esperando sua vez de arregaçar as saias ou abaixar as calças, de bunda toda enfiada para o público. E é sintomático que ninguém tenha estranhado o fato.



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UMA CONVERSA IRRITANTE

Foto: Divulgação
Antigamente mulheres seguravam o tcham e desciam na boca da garrafa, hoje elas são dispostas lado a lado no palco, penduradas pelas calcinhas, feito pedaços de carne à venda, estendidas num açougue.

“Já deu”; até mulheres chegam a resmungar - coitadas. Porém, como diz a filósofa Simone de Beauvoir, “ainda se fala dela. E não parece que as volumosas tolices que se disseram neste último século tenham realmente esclarecido a questão”. A questão é: O modo como se fala da mulher – e, portanto- é o que mantém uma cultura... Machista? pressora?Qual palavra usar?

São canções, novelas, filmes, poemas, comportamentos que produzem um padrão feminino segundo a visão masculina, mesmo este padrão sendo reproduzido por mulheres. Sim, existem mulheres machistas, mesmo que elas não saibam. Mas não são culpadas e talvez nem os homens o sejam.

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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A MULHER SEGUNDO O HOMEM

Foto: Divulgação

Assimilamos a desigualdade entre homem e mulher desde nossa infância. Sobre isso a feminista contemporânea, Rose Marie Muraro, fala: “a raiz dos desequilíbrios, e o primeiro de todos, foi o desequilíbrio entre o homem e a mulher, que a criança via e vê até hoje, desde o seu nascimento, e tudo o que se percebe no primeiro ano fica para sempre impresso no nosso ser.”

Dizem que a mulher é livre, mas ela tem sido livre segundo a vontade do homem. Uma liberdade que no século XXI, significa subir no palco e ficar “toda enfiada”. Minha mãe chorou quando lhe contei o episodio da professora. E eu choro por saber que uma citação de Simone de Beauvoir continua tão atual:

“[...] o homem define a mulher não em si, mas relativamente a ele; ela não é considerada um ser autônomo [...] Ela não é senão o que o homem decide que seja, daí dizer-se o ‘sexo’ para dizer que ela se apresenta diante do macho como um ser sexuado: para ele, a fêmea é sexo, logo ela o é absolutamente.”

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Uma Conversa Irritante

domingo, 20 de setembro de 2009

Eu vou de coletivo e você?

Foto: Divulgação

18:00. Hora de ir a faculdade, assistir aula e depois, quem sabe, dar uma passada no Primo com as amigas pra tomar aquele vinho geladinho. O meio de transporte? Coletivo, claro. Além de ser mais barato, não é preciso se preocupar com estacionamento.

"Mas coletivos apresentam desvantagens." Comentaram, lá no Primo, amigas e conhecidos. Verdade. Um drama comum é pior pras mulheres: no esfrega-esfrega provocado pela lotação o que passa a ser coletivo é o traseiro feminino.

Como se não bastasse, o trocador grita:"ô pessoal, passa aí pra trás, ó, ta vago." Ao que respondem: "quer que eu sente na sua cabeça?" Nesse momento dou sinal:"desce na próxima." E o motorista ignora, correndo como se transportasse objetos. Tudo isso ainda é pior naquela hora da facul. Fica a dica, nesse horário: EVITE COLETIVOS.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Uma noite de quatro Marias (ou o escrito em que só elas existiram)

Imagem: Divulgação
Quatro mulheres celebravam a afeição entre elas, sem namorados(as) ou casos, unicamente com a cumplicidade que envolve as amizades. Pink Floyd ao fundo, cerveja reabastecida, tira gosto providenciado, o calor envolvente e, de repente, só existiam elas.

Muitas risadas, piadas, mais um brinde e aquele papo sobre sexualidade. O negro, o índio e “a mulher na sociedade” também estão em pauta. O calor aumenta, o burburinho cresce, os garçons correm equilibrando bandejas para os clientes sedentos, mas, ainda assim, só existiam elas.

Um carinha manda um bilhete, pede pra sentar, elas negam e a vida vai sendo sorvida em doses suaves até amanhecer. Elas não perdem a mania de acordar cedo, levantam com os corpos cansados e põem-se a escrever. Podia ter sido sobre política, gênero, sexualidade, ou preconceito, mas desta vez, no papel só existiriam elas.